edição 28 | julho de 2008
temas:  inseto | caos

 

 

estrelas de sábado

guardadas numa caixa

de sapatos 

 

o passado

passado a limpo:

vaga-lumes

 

 

free jazz

julya vasconcelos

 

Pois que me desce, imprevisível, a gota d'água morna pelas pernas.

Observo e sorrio com os dentes tortos, ainda reféns de toda curva e círculo

como sãos os céus de todas as bocas.

 

E eu, desordenada, refém de nada,

mas dona de um pássaro cego que voa esquerdo, enviesado,

dado a desastres aéreos e feridas graves nos joelhos.

Fecho os olhos e encaro o violento chão, que na horizontal o corpo cede a todo movimento.

Encho e esvazio

útero,

pulmão,

idioma,

direção,

coisa nenhuma.

 

 

sobre paolo e francesca
jussara salazar

 

 

 

 

 

 

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