edição 20 | setembro de 2007
carta para antonia ou um poema de amor

 

(trident) melancia
bruna beber

ri e vem

do seu sorriso

o frescor da lavanderia

perfumar a fumaça

do cigarro

 

15% a umidade relativa do ar

faço festa

9 graus sem casaco

faço festa

caos aéreo

tchup tchup tchuru

 

seu sorriso lixa

a tinta preta

do meu.

 

 

 

saiba
dominique lotte

saiba que se eu olhar a lua,

as folhas caídas na rua,

se eu tocar a poeira na estante

ou ouvir melodia distante,

 

saiba ainda

que perfumes, luzes, pedras e metais

comigo navegarão até a praia distante

onde fizemos amor

com tropical fervor,

mas

se não me quiser mais e me tentar me esquecer

não se esconda, não vou te perder,

e a cada ano que passa, mesmo a cada hora e minuto,

lembre-se que seu destino é amar-me muito,

as flores que te enviarei beijarão seu lábios

e o fogo da minha paixão te seguirá por toda parte

e enquanto houver vida nos seus braços procurarei abrigo,

não se esqueça,

meu amor por você é muito antigo.

 

 

soneto angu
florbela de itamambuca
 

 

justo você toninha peregrina

monta um pássaro grande e vai embora

nem lava o pé com folha crava a espora

pena branca aqui sangra seu destino

 

bate as asa cortante que se empina

cuido que as erva ruim até deflora

rezo procê pras coisa que ignora

eu no angu mas você biscoito fino

 

cobri de olhado a foto na parede

coisa que dá e passa que nem sede

na seca um fiapo dágua vira bica

 

preguiça minha o vento mexe a rede

te leva meu recado e crucifica

a saudade é mais forte pra quem fica

 

 

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