edição 17
| junho de 2007
intransitivo tudo faz
sentido: sua
mão dentro do meu vestido
reza se limparem as paredes do
meu casto
lar saberão: estou
morta sem
calar acorrentada ao meu último
coito berro: - me faz
gozar!
soneto XX Como pode ser tão estranha
uma mão? Sim, a nossa que assim a
olhamos a fazer no poema uma nova
correção, a correção daquilo que
somos. E somos o quê? Nessa vã
indagação consumimos a vela que
ganhamos. E nem adianta, a mais nobre
evasão se iguala ao achado e ao que
criamos. O cheiro que só a infância
sabe, ou melhor, a memória dessa
infância. Pode até ser que esse mundo
desabe, mas é nessa impalpável
instância que todo ele se encolhe e
cabe como a mais pura e irreal fragância.
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